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CRÔNICAS

Felipe Borges é doutorando em Comunicação Social pelo PPGCOM/UFMG, na linha de pesquisa Textualidades Midiáticas. Interessado em narrativa, temporalidade e historicidade. Atualmente, estuda produções ficcionais que imaginam o futuro — mas jamais pensou que fosse viver tempos tão distópicos ou apocalípticos como nos meses da pandemia.

Felipe Borges

“Em Espiral”

Nós somos a lenda

“A doença virá, como um exército que se avizinha numa guerra, um cometa em rota de colisão com a Terra, um vulcão em vias de explodir. E não há muito a fazer, a não ser refugiar-se e aguardar. Como resumiram alguns médicos, é a espera por uma ‘chegada apocalíptica’. Pensando bem, talvez o acontecimento já tivesse se passado. Afinal, as pessoas contaminadas estavam, há dias ou semanas, pelas ruas das cidades brasileiras: mãos que pegavam, bocas que falavam, tossiam, espirravam, beijavam. O inimigo estava com elas, oculto: nós apenas não sabíamos. Seria, pois, um acontecimento alheio à consciência humana — nada mais apropriado, tendo em vista a natureza de nosso adversário, um vírus que nos transforma em meros hospedeiros letais, cavalos de Troia em nossas próprias casas.”


03 de Abril de 2020


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A dança

“E nossos políticos estão na linha de frente, sugerindo passos que muitos irão copiar. Na pandemia, já sabemos, participamos de uma coreografia confusa, dessincronizada, vacilante. E, ao olhar para o lado, não raro nos deparamos com alguns grupos praticando uma dança macabra. Outros, na verdade, já não dançam: sua performance se resume a empurrar alguns do palco.“


26 de Junho de 2020

NOTA

A finalidade do projeto é servir como registro das narrativas produzidas no período da quarentena em espaços on-line, por isso algumas das imagens podem conter conteúdo sensível ou de caráter discriminatório. Elas se encontram nesse compilado com fim reflexivo.

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